domingo, 22 de dezembro de 2013

Sem desculpa


Se paciência fosse vendida, estaria sempre em falta. Conheço muita gente que não hesitaria em gastar boa parte do salario e da mesada com o produto.
São divas virando barraqueiras nas filas do supermercado retomando os tempos de sinhá e escrava, passando por cima do outro sem qualquer receio ou compaixão.
Mães que só gritam com os filhos, não procuram entender o outro lado da história, afinal são crianças e adolescentes chatos.
Executivos virando homens pré-históricos tumultuando mais ainda o trânsito caótico pela falta de gentileza.
Crianças que não tem amigos nem vontade de brincar na rua.
O cantor do barzinho só toca musica chata, os livros são entediantes, o facebook só fala de futebol, os amores passam a ser singulares cada um mergulhado no próprio egoísmo.
Assim a vida e a humanidade caminham , adiando o presente, esperando o dia certo pra começar algo. Ai quando se assusta tudo passou boas amizades perdidas e outras tantas deixadas no segundo plano, amores não regados, se morrer hoje quais são as coisas que realmente terão valido a pena, o esforço e a dedicação? O mundo não para, a empresa que trabalha são se compadece você é apenas uma peça, a sua família segue a vida e ai ?
Pobre de nós escravos do século XXI sem tempo pra Deus e pra vida.
Pergunto pra eu mesma a rainha da ansiedade onde quero chegar e a resposta é mais vaga do que eu gostaria.
Qual a finalidade da vida? Quais são as coisas que realmente importam pra mim ?
Respira, res pira, não pira
O mundo está apenas no fim da sua primeira volta, vai completar seu giro em torno do sol independente da sua vontade, portanto vamos viver, evitando desculpas esfarrapadas pra nós mesmos.
Comecemos hoje a mudança do futuro.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Marasmo


Quando me olhei no espelho, tive a certeza: era a pessoa mais linda do mundo.

Com o cabelo espigado e embolado, saí sem vestir nada diferente ou que caracterizasse quem eu sou realmente: short jeans, camiseta listrada e meu chinelo gasto, que se acomodam ao formado do pé como nenhum outro.
Da pernas grossas a cabeça desproporcional, do cabelo escuro às unhas vermelhas descascadas, dos meus um e sessenta, com meus cinquenta e cinco, eu era toda eu mesma.
Uma menina comum, que nem sempre é vista por muita gente quando sai de casa.
Não vou saber quem, mas uma dessas pessoas me olhou e pensou: essa é a mulher mais bonita de todo o mundo.
Por mais humilde que eu fosse não pude deixar de concordar. Nem meu corpo desajeitado, nem minha sobrancelha assimétrica, nem meu cabelo fino e ralo puderam me ajudar a não ser a pessoa mais linda do mundo. Nem que eu quisesse evitar poderia, por que toda minha beleza estava incutida dentro daquela pessoa, não em mim enfaticamente.
Quando julgo se alguém é feio ou bonito, nunca digo algo sobre ela, e sim sobre eu mesma.
O conceito de feio e de bonito é o que eu trago aqui dentro da alma.
Minha tia comia quando era criança, uma pizza de massa caseira, que ninguém sabia fazer igual. Eu hoje como pizza congelada da Sadia na melhor das hipóteses, essa mesma que você compra... idêntica a minha, padronizada. Querem que todas as massas de todas as pizzas Sadia sejam iguais.
Se impõe estereótipos até nas pizzas, o que dirá a beleza ? Querem que sejam todas iguais também. Querem que os conceitos sejam os mesmos, que o que é belo para um seja belo para outro, anulando o poder da individualidade, dessas que não se compra em potinhos mágicos da beleza e nem se encontra nos bisturis.
Tudo começa com a insegurança de se assumir, alimentando uma indústria de consumo que ideologicamente promete deixar as pessoas mais próximas desse padrão. Assim plantam sementinhas pré-fabricadas que ditam o que é feio e o bonito.
Nem eu e nem você, conseguimos passar um dia se quer sem ter o ditatorial capitalismo dizendo o que é belo e o que não é. Vou fugir desse marasmo.

Plantando letras




Não sei ao certo onde começam e terminam meus textos.  Partes da minha paciência e da minha criatividade foram se desgastando com o tempo e à medida que ia escrevendo menos vontade eu tinha, prometi que jamais faria disso uma obrigação, já tenho tantas, escrever é muito mais significativo pra mim do que simplesmente postar.
Por mais que eu ame a natureza e ela alimente meu lado mais espiritualizado, esta não conseguiu atingir meu lado escritor.
Gradativamente venho saindo dessa fase escura e detestável de não conseguir pensar em nada além do próprio umbigo. Tenho consciência que minha felicidade consiste basicamente em três coisas uma delas é TRANSCENDER, tal que só consigo quando danço ou escrevo, mas não vou sair bailando a hora que eu quiser, é mais cômodo digitar.
Minh'alma tem pedido letras, tem pedido mais reflexões!!
Ainda hoje preciso de desabafos, de poesia bonita e que flui da mente para o papel, e de ódio e paixão em forma de letra, preciso alinhar minha mente e meu raciocínio.
Encontrei recentemente com o passado, ele me olhava estranhamente com o olhar de vanguarda. Ele me deu o presente que estou aprendendo a usar e que me encara diariamente.
 

quinta-feira, 7 de março de 2013

Querendo te esquecer

Hoje acordei querendo te esquecer, me olhei no espelho com sabor de ilusão na boca.
Escovei os dentes pensando no gosto dos seus beijos, coloquei a blusa do avesso exatamente como nossa história era, vesti a calça lembrando do roçar de nossas pernas. 
Dei um sorriso de saudade pro sofá onde deitávamos, abri a geladeira e percebi o quanto seria fria a sua ausência.
Andei na rua invejando os casais que passavam por mim, entrei no ônibus e coloquei  a nossa musica, e mais outras que a letra me lembrava você.
Olhava a tela do celular incessantemente esperando uma ligação ou uma mensagem de ‘’ bom dia, eu ainda te amo ‘’, e ele insistia em me mostrar as horas que não passavam nunca.
Almocei com os amigos, olhando pro restaurante que comia ao meu lado, fui fazer compras e me peguei olhando pra uma camisa, que ficaria perfeita no seu corpo.
Namorei um livro, desses que me indicava e me encaixo em cada personagem que ama. 
Sonhei com nós dois beijando o mar, vendo o sol se por, acordei em êxtase querendo te esquecer, me olhei no espelho com sabor de ilusão na boca...
 

terça-feira, 5 de março de 2013

Contingente



Parei, só escrevo coisas de amor. No fundo no fundo me incomoda e mais fundo ainda eu sei o motivo.
O mundo é regido pelo amor, que vira raiva, ódio, sombra, luz e luar. Queria escrever diferente, mas esse bendito amor sisma em me perseguir, não me deixa escrever sem pensar naqueles olhos.  Há o amor, para os que escrevem é insuportável, tudo é motivo !
Se briga é por amor e escreve, se está feliz é por amor e escreve, escrever !
Escrever é amor é paixão, é acima de tudo tesão, exitante, viciante.
Escrever é para si mesmo, não por modinha em rede social, escrever não é para status é só pra encarar a sua realidade de um outro modo.
Olha o amor de novo tomando conta de mim !